Outro exemplo: mesmo não sendo tão famoso como hoje, o baixista do Green Day, Mike (só Mike) foi vítima da mesma traquinagem após tentar agarrar seu baixo, mostrando que todos querem ser um rockstar como foi Kurt Cobain, mesmo que tenham que quebrar seu nariz para isso.
Um ídolo não nasce pronto, mas um dos ingredientes para transformar um cara normal em um ser amado por milhares de mortais, ao que parece, vem de berço. A atitude - como é chamada a loucura irresponsável que admiramos nos astros do rock - pode dar superpoderes mesmo a um sujeito de bigode cantando “Mamma mia, let me go!”, e é ela que nos faz crer que aqueles cidadãos tocando guitarra são especiais e que não fazem parte do mundo. Pelo menos não desse.
Esses caras nos dão a impressão de que vivem sempre em alta velocidade, alheios aos problemas normais dos homens comuns. Você consegue imaginar o Marylin Manson escovando os dentes antes de retocar a maquiagem? Ou imaginar Axl Rose calçando sandálias e vestindo pijama? Nem eu. Eles são como personagens de gibi: nunca trocam de roupa, não dormem, não comem e num caso mais típico como Steven Tyler, têm sempre um pedestal com um lenço amarrado nele à tira colo.
Esse espírito de transgressão fez Axl Rose jogar uma cadeira pela janela do hotel no Rio de Janeiro, fez os Beatles tocarem em cima de um telhado, fez Jimi Hendrix incendiar uma guitarra e nos faz admirá-los mais ainda, como se isso fosse o toque final que uma personalidade brilhante necessita. Eles fazem aquilo que nós gostaríamos de fazer, e somos muito gratos!
Por isso nós precisamos dos roqueiros maus! Não queremos ver nossos heróis morrendo de overdose em nome dessa imagem mas o mundo precisa de bandas de rock excitantes e perigosas. O rock não deve ser politicamente correto, os homens é que devem ser. O mundo precisa de todos os clichês da boa convivência, mas nossos heróis não podem ser sempre educados. Qual a graça nisso?
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