Vida de Músico - Escolhas difíceis

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"Todo músico em certo ponto da vida tem de fazer uma escolha: ou ganha dinheiro tocando o que o público gosta ou tenta a sorte fazendo um trabalho autoral tendo toda a sua bagagem musical, influências e estudo como armas."


Esse é um trecho do meu comentário no Multiverso do Gustavo Squall. Naquela oportunidade meu foco era sobre músicos experientes com mais de 10 anos de estrada que tocam em bandas de apelo popular. Quando digo apelo popular, me refiro às bandas que têm como principal atrativo uma dança, um refrão chiclete ou a bunda de uma bançarina.

Por que esses músicos deixam de querer tocar o que seus ídolos tocavam? Por que não tentaram formar aquela banda dos sonhos e ganhar muito dinheiro com Rock N Roll, Jazz ou Bossa Nova? Sim, por que não me passa pela cabeça a possibilidade de alguém tocar guitarra e ter sito influenciado pelo Chimbinha e não por Hendrix.

Sucesso. Quem não quer?

Quero chegar com isso tudo no momento decisivo, na mudança de rumo na vida do músico que faz com que ele opte por levar uma vida de trabalho árduo, mas nem sempre recompensador. No momento quem que o músico decide deixar o amadorismo para trás e se tornar um profissional, e como profissional deve fazer o que for necessário para ganhar dinheiro. Viver da música é o sonho de muitos que estão começando e de outros tantos que já estão no mercado há tempos e, como em qualquer profissão, uma escolha errada pode determinar seu sucesso ou fracasso, sua recompensa ou punição, sua felicidade ou frustração.

Pensado assim, parece que escolher por trabalhar e ganhar dinheiro dignamente é um caminho certeiro para a frustração, o que não é verdade, afinal duvido que exista algum trabalhador que seja mais grato pelo sucesso do que um músico - talvez um jogador de futebol. Porém, ser um profisional no meio musical levanta uma série de questionamentos. Ser ou não ser firme com nossas convicções? Ser ou não ser "True"? Ser versátil ou tocar só Heavy Metal?

Pra piorar, vivemos em um país onde temos que suar muito para ganhar nosso salário. E suar mais ainda se escolhermos a profissão de músico que é, acima de tudo, marginalizada. Não pela mídia ou pelo mercado - se bem que em alguns casos sim - mas pelas nossas próprias famílias. Afinal que pai não torce o nariz ao ouvir que o filho quer viver de tocar guitrra?

No fim de tudo, chego à conclusão que o rumo certo quem dá é a nossa consciência. Se nos semtimos bem e estamos felizes com o que fazemos, tudo certo. Se mesmo ganhando dinheiro e conseguindo alguma notoriedade sempre estamos com uma estranha sensação de desperdício de tempo e aquela vontade de largar tudo e começar do início, então amigo, não há dúvidas sobre o assunto. E lembre-se que nesse ramo da música, o dinheiro nunca fala mais alto que nossas convicções.

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