Onde a guitarra foi parar?

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Marty McFlyOlá, amigos do Riffs & Solos! Escrevi este post para gerar uma reflexão sobre o rumo do principal elemento do rock: a guitarra. Como o seu uso evoluiu nesses quase 60 anos? Quais rumos nosso instrumento tomou? Onde ele vai terminar depois de tudo isso?

- "Tudo isso o que?" - você deve estar querendo saber. Este é o assunto deste post. Acompanhe comigo:

No início, era tudo bem simples: o guitarrista era apenas um membro da banda. Nada mais. Nada menos. Mas alguns foram além e desafiaram a maneira usual de tocar. Quebraram barreiras e mudaram a abordagem do rock levando a guitarra para o primeiro plano. Nessa época, caras como Hendrix, Eric Clapton e Marty McFly (foto) mostravam exuberância, técnica e feeling ao tocar para o mundo.

Isso foi na década de 60, a década responsável pelos Beatles e pelos Rolling Stones. Os dois maiores fenômenos do rock, que não se destacaram por ter guitarristas virtuosos, mas sim pelos compositores vigorosos. Mas isso não foi tudo na década. Temos ainda o grande John Fogerty correndo por fora, Ritchie Blackmore no Deep Purple e o nascimento, em 1969, do Led Zeppelin.

O início da década seguinte foi uma loucura: todo mundo era hippie, e tocava guitarra. Nesses anos tivemos o fortalecimento do Heavy Metal e do Rock Progressivo, e pelo que se viu, toda essa evolução acabou implodida no movimento da música punk.


Agora Ramones e Sex Pistols dizem em um alto e ruidoso som que você precisa de apenas 3 dedos e 3 cordas para tocar numa banda de rock. Nada de frases, nada de Riffs nem Solos. Temos, no máximo, um ruído de cabo ruim. Mais do que suficiente.

Mark KnopflerEntão chegam os coloridos anos da década perdida. Os vídeo-clipes tomam conta de tudo e dois guitarristas roubam a cena: Mark Knopfler (foto) e Eddie Van Halen. Impossível ditar um rumo. O primeiro chama atenção por ser discreto porém rebuscado em Money for Nothing, enquanto o outro destrói nosso senso comum com um solo gigantesco em Thriller de Michael Jackson.

Para onde seguir? Discrição e competência como Knoplfer e Joe Perry, ou velocidade e técnica como Eddie e Steve Vai?

E a divisão é ainda maior por que temos Angus Young, Kirk Hammet, Slash, Zakk Wilde... enfim, guitarristas para todos os gostos: loiros, cabeludos, carecas e sem dedo.

Essa proliferação excessiva (???) produziu a segunda ruptura. Mas ao invés dos punks de cabelo moicano pintados de verde e palavras de ordem, o Grunge surge com suas calças jeans normais, tênis All Star e camisas xadrez (por que será?) normais. Mais que isso: músicas normais e um fenômeno da guitarra sem solos: o Nirvana. Nessa altura já temos os representantes dos dois mundos bem definidos e, como Axl Rose não suporta Kurt Cobain, parece ainda mais difícil juntar os dois caminhos.

E o que se viu na década passada (anos 90) foi muito triste. Onde foram parar os Riffs e Solos de guitarra? Cadê os cabeludos beberrões e irresponsáveis que nos atraíram para uma vida desregrada e prazeroza? Para onde foram suas guitarras?

Vimos muitos dos nossos ídolos (leia-se "eu vi muitos dos meus ídolos") voltarem à ativa e outros tantos saírem de cena. Joe Perry continua por aí, Slash também, mas caras como David Gilmour já estão no fim do jogo. Quem irá substituí-los? O que acontecerá quando os gênios morrerem?

Temos aqui no Brasil alguns dos melhores guitarristas que já ouvi: Kiko Loureiro, Rafael Bittencourt, Hugo Mariutti, Juninho Afran e Edu Ardanuy são fantásticos mas não estão no mainstream do rock mundial. A fúria ficou nos anos 70 e 80? Não há mais espaço para as guitarras no rock? O que as bandas farão senão riffs geniais? Cadê os solos, meu Deus, eu me pergunto??? Onde a guitarra foi parar?


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